quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Entrevista José Rodrigues dos Santos - Fúria Divina

"As vendas de Dan Brown devem orgulhar a Bertrand"




Alegações finais com... José Rodrigues dos Santos

Esperava ultrapassar Dan Brown com as vendas de Fúria Divina?

Inicialmente, não. Nem o Dan Brown, nem aliás José Saramago. Mas quando Fúria Divina assumiu o primeiro lugar em todos os tops nacionais ao longo de Dezembro, tornou-se gradualmente claro que iria ser o livro mais vendido de 2009.

O que fez pender a liderança de vendas para um autor português?

Penso que essa pergunta tem de ser endereçada aos leitores.

Para si, Dan Brown era imbatível?



É um facto que nunca tinha sido batido e que foi o autor mais vendido em Portugal em 2004 e 2005. Desta vez, embora não tenha sido o mais vendido, apresentou números que devem orgulhar a Bertrand. Quando estive com Dan Brown em Boston, ele disse-me que a campanha da Bertrand era a melhor de uma editora estrangeira ao seu novo livro.

Consulta as tabelas de vendas por curiosidade ou faz um estudo das tendências?



Por curiosidade. O estudo de tendências é para directores comerciais e editores.



Muitos portugueses estão a ler Fúria Divina para compreenderem o Alcorão. Porquê?



Talvez porque o romance apresenta o Islão como nunca foi mostrado no Ocidente, revelando versículos e crónicas da vida do profeta de incitamento à guerra que, por ignorância ou por adesão a um discurso politicamente correcto, são-nos sempre ocultados. Cerca de 60% do Alcorão são versículos relacionados com a guerra e o profeta Maomé é citado como tendo dito: “Ordeno por Alá que se faça guerra a todos até que todos digam que Alá é o único Deus e eu sou o Seu profeta.” Estas coisas sempre nos foram escondidas, mas Fúria Divina revela-as pela primeira vez.

Qual a “receita” para ser o português que mais livros vende?

Não há uma receita, mas um estilo. Procuro que os romances contem uma história interessante usando uma linguagem fluida, de modo a que os leitores fiquem presos ao livro. Outro factor fundamental é que, embora as narrativas sejam ficcionais, os temas abordados e os dados fornecidos são reais, o que permite que façam a ponte entre ficção e não ficção.

O primeiro milhão de livros já foi alcançado. Qual é a próxima meta?

Não há metas, nunca houve, jamais pensei ter este sucesso. Vender um milhão de livros nunca foi um objectivo. A prioridade agora é consolidar a internacionalização, estou traduzido em 15 línguas e ainda ontem a minha agente me comunicou a venda de Fúria Divina para a Holanda.

Já está a escrever o próximo livro?

Naturalmente, mas o tempo para falar sobre o novo romance ainda não chegou.

por JOÃO CÉU E SILVA16 Janeiro 2010

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